quinta-feira, 10 de maio de 2007

Niemeyer - Uma personalidade exaltada por um admirador

por: Maria Silva e Silvério

Conhecer Oscar Niemeyer não só por seus traços curvilíneos da arquitetura, como também por sua personalidade e ideais de vida. A história profissional dessa personalidade brasileira está relacionada a importantes momentos do país, como a construção de Brasília, do Conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte e do período de ditadura militar, quando foi proibido de exercer sua profissão por ser considerado comunista. Além disso, os traços de Niemeyer influenciam a arquitetura mundial e podem ser reconhecidos em importantes obras, como na sede da ONU, em Nova Iorque, na reconstrução da cidade de Berlim após a segunda guerra mundial e na Universidade de Constantine, na Argélia.

O documentário "Oscar Niemeyer - A vida é um sopro", possibilita ao telespectador compreender um pouco da arquitetura brasileira, além de conhecer mais de perto esse senhor de 99 anos, que, apesar de bem sucedido, se define como simples e defende mudanças sociais. Em 90 minutos, o diretor Fabiano Maciel utiliza imagens raras de arquivo e depoimentos de amigos e apreciadores de Niemeyer, como José Saramago, Nelson Pereira dos Santos, Ferreira Gullar, Chico Buarque, Carlos Heitor Cony e Eric Hobsbawn. Os depoimentos ajudam a revelar características de Niemeyer não só como arquiteto, mas como ser humano.

As gravações começaram em 1997, mas, por falta de recursos, o longa só ficou pronto agora. Para ilustrar as principais obras de Niemeyer foram feitas imagens em seis cidades brasileiras, além da França, Itália, Argélia e Estados Unidos. A estratégia de divulgação do documentário é diferente e não conta com propaganda nos meios de comunicação. Os distribuidores optaram por comprar ingressos e distribuí-los gratuitamente em seis capitais do país na primeira semana de exibição do filme. A intenção é que a propaganda seja feita de boca em boca. Estratégia bem sucedida ou não, o que interessa é que o filme provavelmente terá muitos elogios.

Não resta dúvidas que ele é interessante e irá ampliar o leque de conhecimento do espectador. A grande certeza, no entanto, é que o diretor Fabiano Maciel conseguiu, em seu primeiro longa-metragem, atingir seus objetivos. Maciel se declara fã do arquiteto e assumiu em entrevistas que a inspiração para gravar o documentário foi a sua percepção de que o país está ficando cada vez mais feio, com prédios ridículos. Por isso, valorizar e exaltar a arquitetura de Niemeyer seria, para ele, uma maneira de fazer com que os brasileiros olhassem com mais atenção as construções que estão sendo feitas. Além disso, Maciel também se mostrou incomodado com as conversas que ouvia em botequins, onde todos criticavam Niemeyer e a funcionalidade de suas obras.

Quem assiste ao documentário tem a certeza que Niemeyer é um gênio. Além de reforçar a noção já definida, de que ele é o maior arquiteto brasileiro da modernidade, o telespectador sai do cinema admirando a força de vontade, seriedade e convicção desse brasileiro. Os relatos dados, não só por Niemeyer, como também pelas outras personalidades que aparecem no filme, deixam a impressão de que o arquiteto sabe tudo e tem sempre razão. Mas por que algumas de suas obras são tão polêmicas e criticadas? Por que será que tanta gente fala mal do arquiteto nos botequins? Será que ele é mesmo mal-humorado e impaciente? Os espectadores só terão essas respostas se procurarem em livros, matérias de jornal ou em outros documentários sobre Niemeyer e sua vida!

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1 Comentários:

Blogger 8o JN 1/2007 disse...

Maria, vc desperdiça o primeiro paragrafo apresentando Niemayer??? Va direto ao filme, dizendo o que lhe parece!
Geane

15 de maio de 2007 às 13:31  

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