sexta-feira, 11 de maio de 2007

As curvas de Niemeyer na telona

Por: Thiago Nogueira


Um filme sobre a vida de Oscar Niemeyer precisava ser tão belo quanto suas obras. E foi. No documentário Oscar Niemeyer – A vida é um sopro (2007), do diretor gaúcho Fernando Maciel e do produtor carioca Sasha, os contornos e curvas do mais famoso arquiteto brasileiro foram apresentadas de forma descontraída e elegante, num estilo bem parecido com a habilidade dos traços do projetor de Brasília e do Complexo da Pampulha. O filme é a prova que as linhas e a poética dos prédios de Niemeyer também ficam esteticamente harmônicos mesmo projetados numa tela.

Veja o site oficial: www.avidaeumsopro.com.br.


Ouvir aquele velhinho contando suas experiências, trabalhos, conquistas e erros cativa a todos que estão no sala de cinema. Parecia tudo perfeito: o filme e as obras do arquiteto. Num misto de humor e boêmia, Niemeyer, 99 anos de boa saúde e pura lucidez, tem uma maneira toda especial de narrar suas aventuras: o discurso sobre amigos, mulheres e aspectos pitorescos do Brasil criam um clima familiar no espectador.


A vida é um sopro não está em exibição nos grandes cinemas. A direção do filme preferiu restringi-lo a um público seleto e não gastar com publicidade, seleção essa que não pode deixar de fora sequer um arquiteto ou estudante da área. Como estratégia de marketing, a primeira semana de exibição do documentário foi gratuito em todos os cinemas do país. Num primeiro momento, você pensa: "ah, é de graça, então deve ser ruim". Mas o resultado foi outro. O diretor Fabiano Maciel, no bate-papo UOL, no último dia 07, comentou que a obra foi vista por sete mil pessoas nos 15 primeiros dias de exibição. Isso, levando-se em consideração que o filme esta em exibição em apenas uma sala de um único cinema nas capitais (menos Brasília e Porto Alegre).


Veja informações sobre a sessão em BH no Usiminas Belas Artes Cinema: www.embracine.com.br.



Nessa sinergia entre arquitetura e cinema, um elemento fundamental foi a direção de fotografia da obra, assinada por Marco Oliveira e Jacques Cheuiche. As imagens precisavam potencializar as obras de Niemeyer, valorizando linhas, formas e mostrando como as construções se integravam à aspectos do cotidiano. As soluções dos diretores passam da improvisação da gravação em cima de um skate, como nas tomadas do Museu de Curitiba, ou sobre patins, nas imagens do Espaço Oscar Niemeyer, em Le Havre. O feliz casameto arquitetura/imagens é o ponto alto do documentário.

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1 Comentários:

Blogger 8o JN 1/2007 disse...

Ei Thiago, cuidado com o texto. Como assim "os contornos e curvas do mais famoso arquiteto brasileiro" ?
Geane

15 de maio de 2007 às 13:27  

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