quinta-feira, 10 de maio de 2007

Não deu para tirar a cartola

Por Tássia Corina

Caracterizado como documentário, o filme “Cartola – Música para os olhos” (assista ao trailer) foi um projeto idealizado em 1998, a partir do convite de um instituto cultural que queria desenvolver um filme em torno da biografia do carioca Angenor de Oliveira, o Cartola. Para tal, a dupla de diretores Hilton Lacerda e Lírio Ferreira, foi convidada para dirigir a obra e a partir daí, mergulharam na pesquisa sobre o sambista durante cinco anos, debruçados sobre biografias e entrevistas com a família. Foram oito anos de produção, entre pesquisas, recolhimento das imagens e filmagens. O filme teve um investimento de R$ 1,6 milhão.

Tentando ser anticonvencional, o filme acaba se enforcando na própria corda. Isso porque, o personagem principal fica perdido no mundo de informações que narram o a obra. Fazer da narrativa um caleidoscópio foi a maneira que os diretores encontraram para reconstruir a memória do compositor. Como dizia cartola, “a vida é um moinho”. No entanto, esse mosaico de cenas e imagens de arquivo, muitas vezes, tira o foco do sambista. A qualidade dos vídeos nem sempre é satisfatória, algumas vezes, pela confusão das vozes e imagens, não se consegue compreender quem está dizendo o quê. Alem disso, mostrar a história do Brasil no período da ditadura, soa um pouco educativo.

A opção por utilizar cores como recurso cinematográfico, tal como a tela ficando escura nos momentos de crise do personagem, foi um recurso de narrativa que deu certo e criou um aspecto interessante. Entre erros e acertos, poder ver imagens de Cartola, ouvir suas músicas sempre emocionantes, e ter contato com algumas de suas facetas e histórias, dá ao filme um charme especial e um presente para a memória brasileira.

É uma justa homenagem, mas talvez, o compositor não iria gostar de vê-la. Em entrevista à Revista Manchete, em 1997, Cartola declarou que: "quem gosta de homenagem póstuma é estátua. Eu quero continuar vivo e brigando pela nossa música" (isso não consta no filme). Como exemplo de bom humor, ele continua vivo e forte, embalando os ouvidos de quem curte boa música.

Ficha técnica

Serviço

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1 Comentários:

Blogger 8o JN 1/2007 disse...

Tássia,
releia o primeiro paragrafo e veja como as ideias estao truncadas. Pense melhor tambem no uso dos links, para nao atrapalhar o fluxo de seu texto.
Geane

15 de maio de 2007 às 13:28  

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